
Eu realmente não sei como se descreve o amor. Não faço ideia. E olha que eu já tentei inúmeras vezes! Ele é, afinal, como um céu estrelado ou um céu azul? Ele é como os mares e as suas ondas ou como os rios e as suas curvas? Que difícil. O amor é fogo ou água, é frio ou quente, é beijo ou abraço, alguém mais poderia dizer?
O amor é mesmo inexplicável. Eu sei que sinto, eu sinto a todo instante, eu sinto quando vou dormir, quando estou dormindo, quando acordo e quando estou acordado. Sinto amor quando respiro, quando deixo de respirar, certeza que ainda sinto. Sinto amor quando choro e quando me desmancho em riso.
E mesmo sentindo esse amor a toda hora que passa e se inicia novamente, sinto que ainda não disse, em nenhuma dessas poesias, em nenhuma dessas crônicas, em nenhuma dessas palavras amontoadas em linhas, nem mesmo de longe, o que seria uma definição para o amor.
E quando vejo as fotos, e quando relembro os momentos, e quando a falta preenche, sinto que vejo em meus poros, no arrepiar dos meus fios, por um breve instante, o que é, de fato, o amor. E mesmo assim, ainda não sei dizer. Não sei se palavras são o bastante. Às vezes, nem sei quais as palavras.
Há tempos não me era tão brega. Há tempos não finjo mais o amor, o sinto. E nessa de tentar descrevê-lo, me perdi em meus versos e os deixei no papel. Aprendi a amar, desaprendi a ser poeta. Aprendi a olhar no fundo dos seus olhos, e lá mesmo fiquei. Vendo o mundo por lentes castanhas, montanhas ao lado, num frouxo riso apertado. Esqueci como se anda.
Como é mesmo, poetas de todo o mundo, que se descreve o amor? Vou continuar tentando, mas, por ora, só prometo vivê-lo.

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